quarta-feira, 27 de maio de 2015

Distração

 


  No canto da pista de dança, envolvida pela música e hipnotizada pelos raios e luzes ofuscantes que embalam centenas de corações vazios, atraídos por nada mais que pura vontade. Mas como pôde essa única menina, separada da multidão, destacada de todo o vínculo enlouquecido daquela atmosfera alucinante, me atrair o olhar e despertar uma curiosidade tremenda de descobrir o que se passa naquela pequena cabeça revestida de cabelos cor de fogo. Talvez ela estivesse refletindo sobre a futilidade do mundo afora, talvez estivesse observando os rostos bem afeiçoados dos meninos e meninas atraídos entre si. Mas, talvez estivesse apenas se perguntando "Por quê diabos estou falando comigo mesma?". Talvez ela estivesse maluca, talvez sempre fosse ou talvez ela finalmente percebeu que a sua pequena insanidade interna era tudo que a fazia permanecer lúcida neste mundo de loucos.

  Obs.: Esse texto é de MINHA AUTORIA então, caso for usá-lo credite e me avise nos comentários. :)

 Bisous,
            Mylena

domingo, 24 de maio de 2015

Além dos pinheiros



      Naquela cabana de madeira no meio da floresta, além dos pinheiros, do outro lado do lago. Sim, essa mesma. Lembre-se dela, lá é onde tudo termina. Onde minha imaginação fluiu e tive de me virar com o resto de tinta para minha pena. Onde a arte era a voz que falava mais alto, onde não existiam certo ou errado, onde, pela primeira vez, deixei escapar esse lado meu para um confidente. Onde mãos se tocaram e lábios dançaram ao som dos galhos batendo na janela. Onde as futilidades, os mistérios, as preocupações simplesmente voavam para longe junto com o tempo mais bem aproveitado de nossas vidas. Por favor, não se esqueça da cabana, vamos voltar mais uma vez, pela última vez, celebrar o fim deste conto de fadas, chorar ao entregar as chaves do paraíso, vamos nos perder, vamos, por um dia, esquecer de toda a dor. Mas por favor, não se esqueça do lugar onde tudo começou.

  Obs.: Esse texto é de MINHA AUTORIA então, caso for usá-lo credite e me avise nos comentários. :)
 Bisous,
            Mylena


domingo, 17 de maio de 2015

Homens de preto




  Os homens de preto, abutres, radares, velam um corpo vivo e devoram a alma, de dentro para fora até a carne. Até que toda a vida se vá, a carcaç se foi também mas eles não estão satisfeitos. Se reúnem onde não há vida, observam os corpos vivos morrerem pouco a pouco, farejam a morte e a idolatram. Estão por toda a parte, sobrevivendo do pouco que todos morrem a cada dia. Sugam nosso suicídio diário, nosso assassinato, a tortura de todos os dias que nós mesmos e o mundo nos provoca. Tenha cautela, a morte lhes atrai, observe, não se deixe levar, os homens de preto estão por todo lugar.

  Obs.: Esse texto e essa foto são de MINHA AUTORIA então, caso for usá-los credite e me avise nos comentários. :)
  Bisous,
               Mylena

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Segredo aos anjos




  Melancolia. Me remete à você, à nós dois sentados naquele gramado no interior observando o pôr-do-sol. Beijando à luz do luar e ouvindo os carros na estrada. Meus trajes humanos já não estão mais conosco. Nesta vasta imensidão, banhados pelas estrelas, permitimos que nossos corpos e nossas  almas se interliguem numa canção celestial. O cheiro do teu peito junto ao meu e o sussurro, um segredo que escondemos até dos anjos à nossa volta. Os dedos entrelaçados nos cabelos e as palmas juntas, nossas bocas juntamente deixam escapar o tal segredo: "Eu te amo. Por muitos anos, eu te amo. Mas não conte aos anjos, eles o fariam ser infinito, mas não quero. Quero que seja eterno e verdadeiro enquanto dure. Nem que esta eternidade termine quando o dia acordar."

  Obs.: Esse texto é de MINHA AUTORIA então, caso for usá-lo credite e me avise nos comentários. :)
Bisous,
            Mylena 

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Amor passageiro




  Ele me olha e examina cada esquina do meu corpo esguio e vestido com seu vestido preferido. Parece analisar, avaliar e imaginar este mesmo corpo sobre o seu. "Até o fim do dia" - ele diz. "Eu te amo até o fim deste dia". 
  Com suas mãos calejadas ele acaricia meu rosto e me liberta de qualquer pureza que algum dia, improvavelmente, já tive. Ele estava certo. Foi infinito, foi completo e por fim, fui amada. Por alguns muitos minutos fui amada, até que eles se foram junto com o homem de mãos pesadas. Mas não me preocupo, amanhã, quem sabe, ele volta. Daqui a vinte anos, quem sabe... Ele volta.


  Obs.: Esse texto é de MINHA AUTORIA então, caso for usá-lo credite e me avise nos comentários. :)
Bisous,

            Mylena
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